sexta-feira, 20 de abril de 2012

Reforma trabalhista a caminho, afirma José Pastore

Desoneração da folha de pagamento indica que o governo poderá promover a reforma trabalhista em breve.

O economista da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em relações do trabalho, José Pastore, afirmou ontem que a desoneração da folha de pagamento indica que o governo poderá promover a reforma trabalhista em breve. Pastore falou durante a reunião do Conselho de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), sobre o tema O Brasil está crescendo? Como ficará a economia após o pacote de estímulo do governo?.

Na avaliação do economista, com a desoneração, o custo sobre a folha de pagamento de alguns setores caiu de 102% para 79%. Na opinião dele, essa medida deveria ser estendida a todos os segmentos econômicos. Pastore disse que uma reforma trabalhista se faz necessária e urgente, pois o custo do trabalho no Brasil tem crescido acima da produtividade. Como exemplo, o economista citou que, entre 2008 e 2011, o salário médio da indústria de transformação cresceu 25% acima da inflação e 150% em dólar, enquanto o salário médio de outros setores avançou 12,4% e a produtividade nem chegou a se expandir nesse período.

Ainda de acordo com  Pastore, ao desonerar a folha de pagamento, o Partido dos Trabalhadores (PT) reconheceu que os elevados encargos sobre a folha são um dos principais entraves à atividade industrial e ao crescimento econômico. "O governo do PT, que sempre resistiu à ideia de que o custo do trabalho é alto, agora reconheceu o que eu sempre defendi", disse. Após anos ouvindo críticas de economistas do partido, atualmente Pastore tem sido chamado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para participar das discussões sobre a desoneração da folha.

As medidas de incentivo do governo, disse Pastore, impactaram de forma positiva na indústria de transformação. Para o especialista, se a economia crescer, o País fechará o ano com a taxa de desemprego entre 5,5% e 6% da População Economicamente Ativa.

Fonte: Agência Estado

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