Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr |
A presidente Dilma Rousseff (foto) vai vetar o projeto que extingue o
fator previdenciário, caso ele seja aprovado pela Câmara dos Deputados,
informou uma fonte do governo. Dilma é favorável ao fim do fator, mas
não aceita a simples extinção. O Ministério da Previdência Social
defende que o mecanismo seja substituído por uma fórmula que soma o
tempo de contribuição com a idade - a soma deve ser de 95 anos para
mulheres e de 105 anos para homens. Como, no entanto, esta fórmula ainda
não foi discutida em âmbito de governo, o fator previdenciário deve
permanecer.
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou
ao Valor na semana passada que "há pressão para a votação do fim do
fator previdenciário", e que a questão recebeu apoio maciço dos líderes
dos partidos. O Palácio do Planalto ainda avalia que a votação pode ser
"contornada", segundo afirmou uma fonte, mas que, no cenário em que o
projeto seja votado e aprovado no Congresso, Dilma "não hesitará" em
vetar.
"Trata-se de algo impopular, porque ninguém é a favor do
fator previdenciário, nem o próprio governo, mas não podemos substituir
uma fórmula sem colocar outra no lugar", resumiu uma fonte graduada do
governo.
O Valor apurou que o assunto foi tratado no Palácio do
Planalto entre os ministros da Previdência Social, Garibaldi Alves
Filho, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, há cerca de um mês, quando o
projeto que prevê a extinção do fator previdenciário ganhou força na
Câmara dos Deputados. O principal defensor do projeto é o deputado Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), presidente licenciado da Força
Sindical e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo.
Nas conversas
conduzidas por técnicos da Previdência Social com líderes das centrais
sindicais, entre o fim do ano passado e o início deste ano, a fórmula
"95/105", como é conhecida, foi rechaçada pelos sindicalistas. As
centrais defendem a substituição do fator previdenciário por uma
combinação entre tempo de contribuição e idade que some 85 anos para
mulheres e 95 anos para homens.
* Valor Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário